Institucional 14.08.2023

Investimentos em tecnologia e melhoria contínua sustentam desafios do setor sucroalcooleiro na transição energética

*Por Wilson Lucena Os debates em torno da transição energética, entendida atualmente como uma incontestável necessidade global, têm gerado uma grande visibilidade para o setor sucroenergético. Isso porque os biocombustíveis desempenham um papel central neste cenário, uma vez que, sua eficiência é mais do que comprovada na diminuição significativa da emissão de gases de efeito […]

por BP Bunge

*Por Wilson Lucena

Os debates em torno da transição energética, entendida atualmente como uma incontestável necessidade global, têm gerado uma grande visibilidade para o setor sucroenergético. Isso porque os biocombustíveis desempenham um papel central neste cenário, uma vez que, sua eficiência é mais do que comprovada na diminuição significativa da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera.

Dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Única) indicam que o uso do etanol, por exemplo, evitou a emissão de 630 milhões de CO2 desde 2003, quando foi lançada a tecnologia flex. Além disso, o etanol de cana-de-açúcar, combinado com a Bioenergia com Captura e Armazenamento de Carbono (BECCS), pode reduzir liquidamente as emissões de CO2, contribuindo ainda mais para a descarbonização global.

Para citar um dado interno, na BP Bunge Bioenergia, com o etanol e a bioenergia produzidos em apenas uma de nossas safras[APT1] , foi possível contribuir para evitar a emissão de 1,7 milhões de toneladas de gases nocivos ao meio ambiente, o equivalente à retirada de um milhão de veículos do trânsito.

Este panorama de oportunidades – e de responsabilidade frente a um tema tão importante para o mundo inteiro, nos coloca diante da necessidade de ampliarmos nossos esforços em torno desenvolvimento das atividades deste setor tão estratégico, o que começa com uma lição de casa de cada agente que o compõe no sentido buscar melhorias que possibilitem cada vez mais ganhos em termos de eficiência, produtividade e competitividade.

Na BP Bunge esta é uma questão central desde a fundação da companhia, há três anos, tanto que a excelência operacional é um dos 12 temas prioritários que compõem a agenda de Compromissos 2030, um mapa estratégico que tangibiliza a jornada traçada pela companhia rumo a uma evolução para patamares cada mais sustentáveis em todos os aspectos.

Falando especificamente sobre nossa operação industrial, contamos, desde o início do negócio, com um diferencial competitivo importante: temos o parque fabril mais jovem do segmento no país. A maior parte das usinas que compõem o parque industrial da companhia têm entre 10 e 15 anos de atividade, bem abaixo da média do mercado – que fica em torno de 25 anos, o que torna nossas unidades mais atualizadas do ponto de vista tecnológico.

Para além desta condição positiva, nossos investimentos logo na primeira safra visando ampliar a confiabilidade industrial de nossas 11 plantas agroindustrial foi superior a R$180 milhões, um recurso que garantiu a execução de um plano de

manutenção abrangendo ações preditivas, preventivas e corretivas dos equipamentos das usinas, com especial atenção ao período de entressafra, onde foram realizadas cerca de 68.000 atividades. Este tipo de investimento, a meu ver, é extremamente estratégico, uma vez que aumenta a confiabilidade e eficiência durante a safra, evitando interrupções não programadas na produção, e ainda gera mais segurança, diminuindo a exposição dos colaboradores a qualquer tipo de risco – fator este de vital importância para a nossa companhia.  

Vale mencionar ainda que apostamos em projetos voltados à implementação de processos da indústria 4.0, inteligência artificial e data analytics como ferramentas para melhoria de desempenho e alcance da excelência operacional. Contamos, por exemplo, com um sistema de gestão por automação a partir do qual temos instalados hoje cerca de 1.300 sensores online voltados à manutenção de pontos críticos da operação – outros 2.700 serão instalados em 2023, totalizando 4 mil sensores que nos dão informações importantes, como possíveis falhas de equipamento, por exemplo. Em nossa unidade de Frutal, já tivemos um ganho de 10% na geração de energia elétrica a partir da utilização dessa tecnologia, que também funciona nas usinas Tropical e Itumbiara. O planejamento prevê a implantação deste sistema em todas as usinas até 2025.  

Outro ponto que considero importante quando falamos na busca pela excelência operacional é não desprezar os aprendizados que eventuais problemas ou gargalos encontrados no meio do caminho podem trazer para o aprimoramento das operações. No nosso caso fazemos isso por meio de um programa de melhoria contínua – o Transforma – que visa otimizar a performance operacional por meio da identificação, mediação e eliminação de problemas. Criado a partir de um Sistema de Gestão Integrado (SGI), que padroniza processos e diretrizes operacionais em todas as nossas unidades, o programa já originou soluções que representaram retornos financeiros de cerca de R$134 milhões para a companhia.

Os exemplos de iniciativas que materializam essa jornada rumo à estruturação para bem atender o mercado no desafiador cenário da transição energética são inúmeros e envolvem diferentes aspectos, com destaque obviamente para o avanço tecnológico. Mas é fato que, mesmo com todas as melhorias que ainda podem ser implementadas – e muito está sendo feito nesse sentido, o setor sucroenergético já é capaz de atender imediatamente as demandas da sociedade para a construção de uma economia de baixo carbono, diminuindo a emissões nocivas para o meio ambiente por meio de tecnologias que já são uma realidade, trabalhadas dentro de um setor altamente estruturado, regulado, popularizado no mundo inteiro e comprovadamente eficiente.


* Wilson Lucena, diretor industrial da BP Bunge Bioenergia

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